Familiares e amigos da ultimo Adeus para Jô Xavier
Itabela amanheceu calada,
como se a cidade parasse para ouvir
o silêncio que ficou no lugar da voz de Jô Xavier.
Não era apenas um cantor —
era um filho, um amigo, um sopro de alegria
que atravessava ruas, praças e palcos,
com seu jeito simples e seu riso largo,
com seus bordões que faziam o povo sorrir:
“Tá legal, tá legal… venha, venha… símbora ê!”

Desde menino, a música o escolheu.
Com incentivo do pai, afinou sonhos e notas,
passou por bandas, palcos pequenos e grandes,
até criar a Bandalana,
com quem cruzou estradas, cidades, corações.
E planejava ir mais longe —
porque para quem canta com alma,
o mundo é sempre um palco em construção.

Na manhã de terça, a cidade se vestiu de luto.
Um mini trio tocava suas canções,
e era como se ele mesmo estivesse ali,
guiando seu próprio cortejo com a mesma emoção de sempre.
Pelas ruas, lágrimas, flores, aplausos e silêncio.
Fãs, amigos, familiares… todos ali,
dizendo um último “tá legal”
para quem sempre fez tudo ficar melhor.

Jô partiu deixando dois filhos,
e mais um a caminho —
um bebê que nascerá cercado de histórias,
de melodias, de um legado que o tempo não apaga.
Dois dias antes, ele cantava em Itagimirim,
com o coração cheio de música e esperança.
Ninguém imaginava que aquele seria seu último show.
Agora, o palco está vazio.
Mas o eco da sua voz seguirá vivo
em cada esquina onde sua música tocou.

Sua partida gerou comoção,
ganhou manchetes, levou à reflexão:
por que a violência cala os sonhos de quem só quer viver de arte?
Silenciaram Jô Xavier,
mas não silenciarão sua história.
Ele permanece,
nas notas que deixou,
no carinho do povo,
e na alma de Itabela,
onde sempre será um verso vivo,
uma melodia eterna,
uma lembrança boa que canta dentro do peito.

Texto Por: Hélio Brasil
Site Vejo Na Midia